domingo, 15 de agosto de 2010

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido."



Encontrei palavras que dizem td que eu sinto!




Beijos e Boa semana!


:***

Vai Passar...




Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ... 

( In Dispersos) 




Caio Fernando Abreu

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Laila Barcellos por: Os Paralamas do Sucesso

"Mesmo querendo eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás"

"Olhos fechados
Pra te encontrar
 

Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
"

"E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
 

Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar
"

"Quando tá escuro
E ninguém te ouve

Quando chega a noite
E você pode chorar"

"Fico acordado noites inteiras
Os dias parecem não ter mais fim
E a esfinge da espera
Olhos de pedra sem pena de mim"

"Lágrimas por ninguém
Só porque, é triste o fim
Outro amor se acabou"

"Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei"

"Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio"

"Eu decidi dizer que eu nunca fui o tal
Era mais fácil se eu tentasse
fazer charme de intelectual
Se eu te disser
Periga você não acreditar em mim.

Eu não nasci de óculos...
Eu não era assim..."

"Se eu queria enlouquecer essa é a minha chance
É tudo que eu quis
Se eu queria enlouquecer
Esse é o romance ideal"

"Pode ser que meu sonho seja assim
Te dizer quase tudo que você é pra mim
O que quero, o que espero
Sonho em te ver aqui
Sem rodeio solto os freios
Canto o amor por ti
Se me calo, tenha claro
Que é por refletir
Nas minúcias das carícias
Que eu sonho em sentir
Ter teu gosto ver teu rosto
Feliz a me pedir
Mais carinho, mais promessas
Que eu sonho em cumprir."

"Nada de mais
Nada através
Uma légua e meia, o
Uma brasa incendeia, o
You, you, you"

"Ficar só é a própria escravidão
Ver você é ver na escuridão
E quando o sol sair
Pode te trazer pra mim"

"Se tudo tem que terminar assim 
Que pelo menos seja até o fim 
Prá gente não ter nunca mais que terminar"

"Se você lembrar, se quiser jogar
Me liga, me liga"

"Alagados, Trenchtown, Favela da Maré 
A esperança não vem do mar 
Nem das antenas de TV 
A arte de viver da fé 
Só não se sabe fé em quê 
A arte de viver da fé 
Só não se sabe fé em quê"

"No céu estrelado
Eu me perco
Com os pés na terra
Vagando entre os astros
Nada me move
Nem me faz parar"

"E se não for valeu
E se já for, Adeus
O dia amanheceu 
Levante as mãos para o céu
e agradeça se um dia encontrar
Um amor, um lugar
Pra sonhar
Pra que a dor possa sempre mostrar
Algo de bom"

"Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
mas de bailarinos
e de você e eu"








PS: sou o dialeto de poucos.








Boa noite!
vlw!
:*

domingo, 8 de agosto de 2010

Não tem jeito pior!

Não tem jeito pior de terminar um domingo do que ouvindo essa musica:





"Lembra de mim
Dos beijos que escrevi nos muros a giz
Os mais bonitos continuam por lá
Documentando que alguém foi feliz


Lembra de mim
Nós dois nas ruas provocando os casais
Amando mais do que o amor é capaz
Perto daqui há tempos atrás

Lembra de mim
A gente sempre se casava ao luar
Depois jogava nossos corpos no mar
Tão naufragados e exaustos de amar

Lembra de mim
Se existe um pouco de prazer em sofrer
Querer te ver talvez eu fosse capaz
Perto daqui ou, tarde demais

Lembra de mim..."
Lembra de mim
Ivan LIns



Puts!!, DeprÊ!!

kkkkkk....

um dia fez sentido.



"Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo

Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo
Aí eu disse: - Quem tem medo é você
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse:
- Eu não sei mais o que eu
sinto por você. Vamos dar
um tempo, um dia a gente se vê

E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo"


Ainda é cedoLegião Urbana

Faz Tempo.


"Não é preciso apagar a luz 
Eu fecho os olhos e tudo vem 
Num caleidoscópio sem lógica 

Eu quase posso ouvir a tua voz 
Eu sinto a tua mão a me guiar 
Pela noite a caminho de casa 

Quem vai pagar as contas deste amor pagão 
Te dar a mão, me trazer à tona prá respirar 
Quem vai chamar meu nome 
Ou te escutar 

Me pedindo prá apagar a luz 
Amanheceu, é hora de dormir 
Nesse nosso relógio sem órbita 

Se tudo tem que terminar assim 
Que pelo menos seja até o fim 
Prá gente não ter nunca mais que terminar"


Caleidoscópio









Faz tempo que não pareço como sou.
Tenho andado vendo o mundo de forma nova.
A parte de mim que me conhecia, que fazia eu voltar pra casa parece não estar em mim. 
Me faz perder-me por ai, encontrar em rostos distantes amizades antigas e vagar por um mundo desconhecido. 
Faço da ausência de mim a minha companhia, e a cada passo tento encontrar-me na próxima esquina. 
Sua voz parece tão distante...
Quando me chama ao seu mundo, cada vez que me sinto perto de encontrar a parte minha que perdi.
E no meio de tanta gente eu não te encontro e me sinto perdida novamente. 
Faço da noite a minha companheira até achar-me dentro de mim.
Faz parte de mim ser assim. 
Nunca me comprometi com ninguém a não ser eu mesma.